domingo, 6 de julho de 2014

Critérios para dividir o tempo geológico

O limite entre as eras Pré-cambriana e Paleozoica é marcado por um aumento significativo no número de fósseis, a partir de 570 milhões de anos atrás. As rochas pré-cambrianas contêm poucos fósseis, enquanto as rochas paleozoicas são relativamente ricas em vestígios de organismos que viveram na época de sua formação. A análise das rochas formadas no limite entre as duas primeiras eras revela mudanças climáticas profundas, com o término de um período de 200 milhões de anos de frio intenso e o início de um período com temperaturas mais amenas.

Fóssil de trilobita (Dalmanites limulurus), animal típico do
Paleozoico. Por Brian Lean.

Os cientistas acreditam que o aumento  de temperatura tornou o ambiente mais favorável à vida, o que permitiu o surgimento de novas espécies, fenômeno que ficou conhecido conhecido como "explosão cambriana". O registro fóssil sugere que os ancestrais da maioria dos filos animais atuais surgiram em menos de 10 milhões de anos, durante a fase de transição entre a era Pré-cambriana e a era Paleozoica. O fim das era Paleozoica e o início da era Mesozoica é marcado pela extinção de grande parte das espécies de seres vivos que existiam.

Impressão artística de Opabinia (Opabinia regalis) no fundo do mar. Este é
um gênero animal de depósitos fósseis cambrianos. Por Nobu Tamura.

Muitos fósseis presentes em rochas no fim do paleozoico não são mais encontrados nas rochas formadas em seguida, no inicio da Mesozoica. Acredita-se que ocorreu uma grande catástrofe há cerca de 250 milhões de anos, que levou ao desaparecimento de cerca de 90% das espécies de seres vivos. Foi nessa época que emergiu dos mares um grande continente, a Pangeia, que mais tarde, como consequência de sua fragmentação, originou os continentes atuais. O limite entre as eras Mesozoica e Cenozoica também é marcado pela extinção de mais da metade da biodiversidade existente.

Imagem que trata do supercontinente Pangeia, durante o Triássico médio, na era
Mesozoica. Autor desconhecido.

A mais conhecidas espécies extintas nessa transição foram as de dinossauro. Há indícios de que, na transição da era Mesozoica e Cenozoica a Terra resfriou-se novamente. Não seria essa, porém, a verdadeira causa das extinções, e sim a colisão de um grande asteroide com a Terra, que teria ocorrido há cerca de 66 milhões de anos. Existem evidências que apoiam essa explicação, entre elas a presença de uma cratera com 320 km de diâmetro encontrada da península de Yucatán, México, que teria sido produzida pelo impacto do asteroide.

Representação artística que trata do momento da queda do asteróide, há 66 milhões
de anos atrás. Autor desconhecido.

O nome de alguns períodos geológicos derivam da denominação das rochas que se formaram na época. Os geólogos do século XIX batizavam as camadas rochosas de acordo com diversos critérios; alguns utilizavam o nome da localidade em que a rocha foi descoberta; outros, as características da rocha, e assim por diante. Por exemplo, o termo cambriano, nome do período mais antigo da era Paleozoica, foi proposto em 1835 pelo geólogo inglês Adam Sedgwick (1785-1873) para designar um conjunto rochoso em Gales. "Cambria" era o nome antigo latinizado do país de Gales.

Geólogo britânico Adam Sedgwick, um dos fundadores da geologia moderna, que propôs
a existência do devoniano e, mais tarde, o cambriano. Por Thomas Phillips.

Ordoviciano, nome do período da era Paleozoica que sucede o período Cambriano, foi proposto em 1879 pelo geólogo inglês Charles Lapworth (1842-1920) para designar rochas expostas nas montanhas Arening, no norte de Gales. Historicamente, essa área era parte do território habitado por um antigo povo britânico conhecido como ordovices. O termo devoniano, nome de outro período da era Paleozoica, foi empregado pela primeira vez em 1839, pelos geólogos ingleses Adam Sedgwick e Sir Roderick Impey Murchison (1792-1871) para designar rochas estudadas em Devon, Inglaterra.

Fóssil de Asaphus (Asaphus kowalewskii), uma espécie de trilobite do Ordoviciano, 
em St. Petersburgo, Russia. Autor desconhecido.

Carbonífero, outro período da era Paleozoica, foi proposto pelos geólogos ingleses William Daniel Conybeare (1787-1871) e John Phillips (1800-1874), em 1822, para designar rochas encontradas na Inglaterra e no país de Gales, que continham grandes depósitos de carvão mineral e, portanto, muito carbono. A partir das sugestões dos geólogos Adam Sedgwick, em 1838, e de John Phillips, em 1841, os períodos foram agrupados em três eras, denominadas Paleozoica ("vida antiga"), Mesozoica ("vida intermediária") e Cenozoica ("vida moderna).

Representação artística de Velociraptor (Velociraptor mongoliensis), uma espécie de 
dinossauro que viveu durante o Cretáceo, na era Mesozoica. Por Matt Martyniuk.

As rochas mais antigas, que são anteriores às da era Paleozoica, caracterizadas pela presença de poucos fósseis, foram consideradas pertencentes a uma primeira era, chamada Pré-cambriana, termo que significa "anterior ao cambriano", ou seja, anterior ao primeiro período da era Paleozoica. Um novo período geológico, descoberto em 2004, recebeu a denominação de Ediacarano pelo fato de seus fósseis mais antigos de metazoários, característicos desse período, terem sido encontrados, originalmente, em uma região da Austrália chamada de Ediacara.

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